Gwendully

Um concept "antigo", uma história que talvez eu continue algum dia (rsrs). Esse é diferente da versão que eu coloquei no Royal. (Imagem: wikipedia)



Hansy bateu com força a porta. Eu não iria me virar, não queria ver seus olhos transbordados de ódio. Arrumei meu corpo sobre a cadeira e encarei a janela.
– Está com medo de mim, irmãzinha?– Ele gargalhou alto.– Olhe para mim, Gwendully.
– Não sou obrigada a fazer o que você quer.– Falei firme.
– Eu sou o seu rei. Você tem que me obedecer.
– Obedecer a você? Você não manda em mim e nunca irá mandar.
– Acha que eu herdaria o reino se não fosse para ser obedecido?
– Não, você recebeu o reino por ser o mais velho. Papai pensava que você seria um bom rei, o que você não está sendo. Você nunca vai honrar papai.– Bati com força no tampo da mesa.
– Honra? Depois de tudo que ele me fez passar ainda acha que quero honrá-lo? Você é muito ingênua. Por isso ninguém sabe de sua existência. – Ele parecia achar engraçada minha raiva.
– Cale a boca! – Virei de uma vez. Seus olhos vermelhos me estudavam, eram um misto de zombaria, ódio e raiva.
– Que ideia foi aquela? – Hansy trancou a porta. Com certeza não era seguro ficar trancada no quarto com meu irmão sanguinário. – Que ideia foi aquela de cancelar a missão?
– A missão não era importante. Se ela prosseguisse todos os soldados morreriam…
– Por que acha que os convoquei? Você é só uma garotinha inútil. Não sabe nada de política. –Hansy se aproximou. Seus passos macios me faziam tremer.
– Tirar a vida de um pai de família é política? Acho que é você que não sabe nada de política. Ainda fico pensando como foi você que recebeu o trono e não eu. O inútil daqui é você, Hans.
Ele me olhou sério, depois esbofeteou minha face. Não esperava menos do que isso. Hansy nunca havia sido um bom irmão, nem um bom filho, e não seria aquela noite que mudaria. Ainda me lembro do dia que papai morreu. Enquanto minhas lágrimas desciam em cachoeiras o rosto de meu irmão permanecia inabalado.
– Vou lhe deixar alguns dias trancada em seu quarto, até você perceber quem manda aqui.
– Você que não é!
Ele me bateu de novo. Desta vez recuei, o tapa havia sido com tanta força que minha bochecha queimava. Hansy destrancou a porta. Ficou encarando a chave por alguns minutos, olhou de esguelha para mim e saiu. O barulho da chave rodando na fechadura tomou o quarto. Alguns dias trancada não era tão ruim. Melhor do que passar o dia ao lado de meu querido irmão.
Virei-me novamente para a janela. A brisa fria da noite encontrou minha face e minhas bochechas arderam. A noite estava linda, mas as próximas talvez não fossem.

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