Seja santinha, seja vadia


Ele já te falou inúmeras vezes com quantas garotas transou. Já te descreveu todos os fetiches e sonhos. E você lá calada, a boca na xícara de chá. Ele te romanceava, pensava que era mais uma "garotinha". Mais uma "santinha" para sua lista. E você lá. Quieta. 

"E você? Com quantos homens já transou?" Perguntou finalmente, com um ar sarcástico, já prevendo a resposta. Mas a resposta não era a esperada e você não se calou só por isso. "Com quase toda a cidade. E gostei muito."

Tudo mudou a partir dali. Você deixou de ser a "garotinha" para ser a "vadizinha", a que "não se dá ao respeito". 

Porque todo mundo sabe, mulher boa é a mulher que fica na cozinha, cuidando do almoço e dos cinco filhos; esperando o maridão chegar, sentar-se na poltrona e jogar os sapatos para cima, para lhe entregar uma garrafa gelada de cerveja. Mesmo sonhando sair dali, não podendo, porque é para isso que as mulheres nasceram. 

Ele se enraivece por ser só mais um em sua lista, enquanto você era só mais uma na lista dele. Ele espalha para a cidade e sua fama chega longe. E você? Sempre que te perguntavam, a resposta era a mesma: Com quase toda a cidade. E gostei muito. 

Porque mulher tem que se dar ao respeito /o respeito que ela quiser/. Seja "Santinha". Seja "Vadia".


[Cada uma tem o direito de escolher o melhor para a sua vida. Seja "Santinha". Seja "Vadia". Ou seja as duas. Ou seja nenhuma. Ou cuide de seus filhos em casa. Ou passe o dia fora trabalhando. Dando. Recebendo. Comendo. Lendo. No shopping. Na praia. Na biblioteca. No bar... Seja feliz, sem se importar com o que os outros querem que você faça ou o que irão pensar.]
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92- Cidade


Em meio aos urros da cidade
A confusão da multidão
O crepitar das bocas descontroladas...
Em meio a tantos barulhos,
Só sua voz escuto
"Se você for, nunca vou lhe perdoar"

E em meio aos urros da cidade
A confusão da multidão
O crepitar das bocas descontroladas,
O coração pulsando alto
E o som dos meus passos
Me levando para longe de você.

"Será que um dia
Eu que iria
Conseguir
me perdoar?"
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91- Pássaro livre


Uma vez eu lhe disse: nenhuma corrente consegue me prender. Nunca fui de ficar quieta em um canto, de concordar calada. Nunca fui igual aos padrões que todos queriam me colocar. E todos comentavam da minha alma selvagem, de minhas amarras arrebentadas, de meu coração sonhador. Eu era o que eles não queriam que eu fosse. Nada daquelas princesinhas de contos de fadas, esperando o príncipe em seu cavalo branco, com a trança intacta e o vestido bem engomado, sentadinha na torre. Nada disso. Da torre eu fugi. O príncipe derrubei do cavalo.  Minha trança desfiz e do vestido arranquei a saia. 

E todos continuam falando. Meu cabelo. Meu corpo. Minha vida. E nada disso me prende. Porque sou pássaro livre, para me preocupar com galinhas em gaiolas. 
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90- Ama-me


Entre as curvas da estrada. As manhãs nubladas. O frio da calçada. As noites de outono. Tardes de domingo. Entre sorrisos e lágrimas. Abraços e amassos. Conversa sem sentido. Risadas  Ama-me?
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89- Você


Ei, você!
Está ai sorrindo?
Está ai confortável?
Está ai se divertindo?
Ei, você!?
Seu dia foi ensolarado?
A sorte esteve ao seu lado?
As pessoas lhe fizeram feliz?
Ei, você?
Lhe falaram o quanto é especial hoje?
Lhe abraçaram apertado?
Lhe seguraram a mão?
Ei, você!

[Obrigada por iluminar meu dia e fazer cada instante mais especial]
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88- Silêncio


A pessoa entrou na casa, despiu o casaco e se envolveu no silêncio. No escuro, nem notou a alma caída ali, encarando o papel de parede manchado. Apenas chutou umas garrafas vazias e rumou para o quarto. Silêncio.
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87- Chuva


Uma a uma
As gotas caíam
E lavavam minha alma

[Mas mais parecia que carregavam quem eu era para dentro do bueiro] 

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86- Lendo


Seus olhos passeavam pela minha pele
Sua boca se movia febrilmente
Sua mente parecia solver meus detalhes
Em meio ao silêncio de nossos arfares
Você se ocupava em ler meu ser
Enquanto eu,
Não conseguia nem entender uma linha
Do milhão de palavras que era você

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85- Cicatrizes


Você passou.
Veio aqui. Arrombou a porta. Jogou tudo para os ares. Quebrou as janelas. Perfurou minha carne. Sulcou minha alma.
E todas as cicatrizes deixadas pelas lágrimas
Só me fazem lembrar todo dia que passa, que cada vez mais, quero você ao meu lado.
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Resenha - Doce Vampira

Doce Vampira - Ju Lund
Editora: Avec Editora
Páginas: 197

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UM ROMANCE QUEER CHICK. Os vampiros se revelaram ao mundo, mas ainda sofrem muitas desconfianças dos humanos. Apaixonadas Duda e Esther precisam lidar com todos os tipos de discriminação por serem de raças diferentes e ambas do mesmo sexo. Será que o amor delas sobreviverá a segredos e ao fanatismo? Descubra nesse romance com toques de drama e mistério. Entre de cabeça no universo fantástico criado pela escritora Ju Lund.


Duda se apaixonou, mas não por qualquer pessoa, e sim por sua amiga Esther que, além de ser também uma menina, é uma vampira. O mundo conhece a existência dos vampiros, mas nem todos os aceitam. Eduarda se vê a frente de um dilema: fazer o que os pais querem, ou lutar pelo amor da sua vida. 

A história é narrada sua maior parte por Duda, sentimos junto com a protagonista a confusão do mundo a sua volta e dentro de si mesma. Todas as dúvidas que rodam sua cabeça e os segredos que todos guardam da garota nos aflige no mesmo tanto que ela. 

O enredo é envolvente, desde o início nos envolvemos com os mistérios dos personagens, na casa de Duda, na casa de Esther. Todos escondem alguma coisa e Duda só vai descobrindo com o andar da história, o que nos instiga a continuar lendo. 

O livro é curto e super rápido de ler, a linguagem é direta e envolvente, o que me animou bastante. Mesmo assim, a descrição foi bem trabalhada e a ambientação ajudou a construir o clima misterioso, de um modo que não tornou a leitura pesada. 

Uma coisa que devo apontar é as descrições de confusão mental que eu adorei! Senti-me na pele da narradora, querendo acabar com tudo aquilo e ansiando me livrar de tudo também. 

Fiquei triste apenas no final quando percebi que as páginas estavam acabando e não acabaria do jeito que eu imaginei. E que final! Preciso logo ler o segundo livro, não vou conseguir dormir sem saber o que irá acontecer.

Recomendado, mesmo para quem não gosta de livros LGBT. Uma ótima história fantástica que nos introduz sua cultura vampírica e a mistura a "nossa realidade".


E vocês? Já conheciam o livro? O que acharam da resenha? Não deixem de comentar!

Beijocas e até mais!
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84- Vazia


Vazia
Me sinto
Tão
Vazia
[E em minha mente permanecem apenas os ecos de suas vozes, o silêncio dos olhares, as palavras nunca ditas - de maneira certa]
Vazia
Me sinto
Tão 
Vazia
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83- Frieza


Você disse
Que eu me 
Acostumaria
[Dias sozinha
Palavras vazias]
Você disse
Que no final
Tudo daria certo
[Noites esquecidas
Mãos ao vento]
Você disse
Que faria tudo
O que fosse preciso
[Mentiras frequentes
Lágrimas quentes]
Mas aqui estamos
E sua frieza
Congelando
Minh'alma
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82- Roleta Russa


Puxe o gatilho. Quando chegamos aqui já sabíamos que não tínhamos nada a perder. Puxe o gatilho. A vida sempre foi um jogo. O resultado é só uma consequência. Já estamos mortos por dentro. Puxe o gatilho. Não temos nada a perder. 
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81- O que pensar


O que pensar
Quando passa por mim
Quando me faz sorrir
Quando seus lábios chamam meu nome
Quando seu corpo atrai o meu
O que pensar?

[Nada 
Nada
Nada
Agora não quero pensar
Em nada]
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80- Bonequinha


Bonequinha
Em algum lugar
Além do arco-íris
Será você
Feliz novamente? 
Ah, bonequinha
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79- Fim


Não era para eu estar escrevendo isso. Nunca passou pela minha cabeça deixar alguma carta, um recado que fosse. Convenhamos, para quem eu escreveria? Nunca teve ninguém mesmo. Nenhum ombro amigo. Nenhuma palavra de conforto. Nenhuma mão forte para me levantar da queda. Mas não quero que fiquem todos se indagam sobre o que aconteceu ou sobre o que me levou a fazer o que fiz. Só fiz. Isso não basta? Provavelmente não. Então leia. 

Às vezes nos cansamos de tudo e de todos. As coisas ao nosso redor perde o significado e nenhuma palavra do dicionário parece dar conta das linhas que queremos escrever. As lágrimas secam depois de um tempo. Os sorrisos se tornam mais frequentes, porém, mais vazios. Dor não tem mais significado, é tão frequente que se torna natural. 

Mas um dia nossa mente manda tudo parar. O cansaço nos assola, entende? Você sabe que é hora de entregar as cartas, aceitar o xeque (mate), entregar suas apostas. Não é desistir. Não pense assim. É só lutar até não ter mais escapatória. Até perceber que o labirinto não tem saída. Que o água é mais profunda do que se imaginava... É só se cansar. 

O fim sempre chega. Cedo ou tarde. As coisas são assim. O fim é assim. A vida é assim. E quando você menos imagina. Lá está. O imenso fim na última página. Em seu último capítulo. 

E esse é o fim. Sem letras garrafais ou arabescos detalhados. Só fim. Sem perguntas ou respostas. Fim.
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78- Pessoa de verdade


Quero um coração de verdade
Para aquecer minha alma de lata
Quero um contrato mágico
Para me levar à terra firme
Quero um beijo de amor verdadeiro
Para transformar tudo o que fui
Quero um desejo à estrela
Para descascar minha pele
Quero um felizes-para-sempre
Para finalmente sentir
Que tudo valeu à pena

E se nem a pena valeu
Que pelo menos tudo isso
Me façam sentir
Como uma pessoa de verdade
E não como o velho fantoche
Que sempre fui.

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Resenha - Alma de Rosas

Alma de Rosas - Talita Vasconcelos
Páginas: 226






Elizabeth é escritora. Está acostumada a seduzir o coração das pessoas com palavras bonitas, mas quando o seu próprio coração foi seduzido, ela percebeu o poder destruidor das palavras.
Quando começou a escrever cartas de amor ao Alessandro em nome de sua irmã Simone, Elizabeth não imaginava que estava tecendo seu próprio tormento.
Nem a companhia de Cristiano, o homem ideal, era capaz de resgatá-la do abismo.
Para ter a própria felicidade ela precisa trair sordidamente a quem mais ama. É uma escolha difícil: destruir os sonhos de amor que Simone construiu desde menina; ou continuar se entregando ao romance do amado e da rival como uma rosa, acariciando com as pétalas o coração dos dois, e despedaçando a própria alma com os espinhos.


Alessandro voltou para a cidade depois de anos longe de suas amigas de infância. Elizabeth, ao reencontrar o amigo, se vê apaixonada por ele e tudo fica mais forte quando se beijam. Porém, Alessandro namora Simone, a irmã de Liz, e esta se vê em um relacionamento impossível e dilacerante. Como Simone não é boa com palavras, Liz passa a escrever cartas de amor endereçadas a Alessandro, escondendo em seu interior que todo amor colocado ali é real. 

Alma de Rosas é um romance baseado na peça Cyranno de Bergerac. O livro de Talita, segue perfeitamente o padrão romanesco de uma mocinha que sofre em silêncio para não perder a amizade, enquanto tem que escrever cartas de amor a quem ama assinadas com outro nome. 

A história é narrada em terceira pessoa, mas mantendo-se em quase toda ela sob o ponto de vista de Elizabeth, talvez por isso não tenha gostado tanto quanto esperava. Não que a personagem não seja boa, mas porque o "gênio não bateu" mesmo. Liz é uma moça romântica até de mais para o meu gosto, o que fez a história passar com um ar meio adolescente de menina apaixonada (Não que adultos não se apaixonem como adolescentes, para deixar claro).

Mas a história fluiu bem, principalmente pela escrita simples da autora e dos personagens Eduardo e Cristiano. Eles, para mim, são mais do que secundários. O que foi engraçado, já que esperava que Simone e Alessandro tivessem (esses) papeis mais importantes (que não fosse só complicar as coisas hehe), mas eles foram deixados um pouco de lado. 

A história é ótima para quem gostou de livros como A marca de uma lágrima e até a própria peça do Cyranno. Uma história "universal", que não necessita conhecer os ambientes para que se possa entender e se encantar. 

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77- Agora


O passado ficou para trás (?)
O presente é uma dádiva
O futuro, Incerto 

E agora
Eu sou apenas
Eu

Guiando o caminho
Às escuras
Sem medo

O passado ficou para trás
O presente é uma dádiva
O futuro? Incerto

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76- Meu Futuro


Abro a porta
Dou dois passos
Andando a minha frente
[Sonhos, desejos, experiências, lágrimas, sorrisos, abraços, amores, dores, pesares, prazer...]
Meu futuro

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75- Passado


Esqueça o passado. Todos gostavam de dizer. Os erros cometidos, os amores não correspondidos, os sorrisos inúteis e as lágrimas desperdiçadas. Esqueça tudo isso, deixe-os para trás, o que conta é seu presente e seu futuro. Todos gostavam de dizer. 

E em plenos erros do presente, amores correspondidos ou não, sorrisos inúteis e úteis e lágrimas bem gastas. Eu pensava... Eu sou o meu passado. Ele não ficou apenas lá onde deveria estar. Veio fluindo. Pelas lembranças. Pelas ações. Pelo que sou. Eu fui o meu passado. Que se transformou em presente. Que amanhã será futuro. 
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74- Surdez


Você vê os sorrisos
Vê os bons momentos
Vê o que quer ver
Mas nada escuta
Nenhuma das lágrimas
Nenhum dos gritos
Nenhum dos pedidos
De ajuda...

Essa surdez
Contagiante
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73- Espírito


Pés rápidos
Caminha
Escala
Tomba
Luta
Luta
Luta
Vence

...
Aventura
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72- Coração


Porta aberta
Sorriso

Tum tum
Sinfonia

Cabelos ao vento
Perfume

Tum tum
Sinfonia

Saia rodando
Distância

Lá se vai

Coração


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71- Só mais uma vez... [+18]


...
Corpo no corpo
Boca na boca
Arfares
Prazer
Só mais uma vez?
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70- Temporal


Panelas voavam pela cozinha. As crianças corriam pelos corredores, implicando-se mutuamente e fazendo questão de puxar a saia cuidadosamente passada da estudante que se esforçava para atravessar aquela confusão. Gritos eram os curtumeiros alarmes matinais. A confusão se tornara intrínseca à casa. 

A estudante se movia a escondida, arrastando-se com destreza pelo assoalho e praticamente se fundindo à parede. Não queria que mais ninguém notasse que estava indo para a escola. Queria não se envolver mais. 

Suspirou aliviada quando bateu a porta atrás de si e desceu a escadinha para o quintal. Finalmente. Se livrara de mais um dos diários temporais. 
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69- Raio de sol


O telefone tocou estridente. 

Tocou, tocou, tocou. 

Nem sinal de alguém se mover para atendê-lo. 

Tocou, tocou, tocou. 

A pessoa era insistente, trabalhava em uma telemarketing, precisa daquela ligação, era seus serviço. 

Insistir, insistir, insistir. 

Tocou, tocou, tocou. 

Nada

Na casa, o sol entrava pela janela e iluminava o chão de madeira corrida. Ali, garrafas, notas enroladas, telefones de pessoas estranhas, pó. uma mão caída.
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68- A Barca


Mais fundo
Mais fundo
Meus pés iam
Cada vez mais fundo
Guiando pelo caminho
Arrastando-se pela trilha
[Dos mortos]
Enquanto a vida
Esvaia-se
De um corpo que
Sempre foi vazio.
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67- Na outra margem


Na outra margem do rio a forma se mantinha quieta. O vento constante embaraçava seus pelos negros, mas a criaturinha não se movia. Era frio. O tempo parara. Os olhos fundos enxergavam tudo sem perceber nada.

Nada.

Aquela face pueril era um nada.

Nada.

Apenas manchas de dor da batalha.

Envoltos do pescoço minúsculos, os braços injustos da morte se estreitavam. 

Mas não era nada...
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Resenha - Arddhu e a Maldição das Scarlett

ARDDHU e a Maldição das Scarlett - Joana D'arc
Editora: Clube de Autores
Páginas: 202
★★★

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Arddhu e a Maldição das Scarlett - Leila tem poderes sobrenaturais desde sua infância e passa por grandes situações por não ser aceita em sua família. Demora um bom tempo para que aceite a si mesma e faça com que os outros a aceitem, suas irmãs, Lays e Letícia a respeitam e tornam-se inseparáveis. Mas claro que essa união tem um motivo, todas elas possuem dons paranormais. Tudo começa quando Leila é encorajada a usá-los e começa a manter contato com espíritos junto de suas irmãs, mas um ser das trevas chamado Arddhu está disposto a atormentá-las durante suas vidas e torná-las feiticeiras das trevas. A família das irmãs, conhecida como Scarlett, está sobre uma maldição que causa todo sofrimento sobre a linhagem e as irmãs estão dispostas a lutar contra as forças do mal e reverter o destino à qual foram concedidas.

Leila desde criança sofre com coisas inexplicáveis. Por causa de seus poderes sobrenaturais, sempre teve que enfrentar as duras críticas das pessoas a sua volta e a não aceitação de sua família. Porém, o desejo de parar as esquisitices de sua vida, além de uma profunda curiosidade sobre quem realmente é, faz com que ela, eventualmente, se aceite como bruxa.

Ela começa a ajudar espíritos e a conhecer coisas que não estava preparada para enfrentar, como o próprio diabo. Por sorte, ela descobre não estar sozinha nessa empreitada: suas duas irmãs mais novas, Lays e Letícia, também nasceram com o dom e estão ligadas. As três tem que desvendar o segredo por trás da maldição que há anos assola sua família e sobreviver à tentação do mal.

O livro é narrado na primeira pessoa pela protagonista Leila. A história se passa no Brasil, oscilando entre a cidade natal das garotas, a cidade para a qual as três se mudam quando mais velhas e o mundo dos espíritos. 

A linguagem é bem simples e direta. Tem muitos diálogos e pouca descrição, o que torna a leitura do livro extremamente rápida. 

É um livro bem interessante para quem gosta de magia, ocultismo e outros assuntos do gênero. Porém, por mais que a trama seja interessante e tenha até uma pegada cômica no decorrer da história (principalmente por causa da Lays), achei que o texto ainda precisa amadurecer, seja na questão das descrições, seja na questão dos diálogos, seja na narração (ainda mais porque algumas cenas eu me senti um pouco perdida pela falta de algumas explicações - ainda mais no início do livro, o que depois melhora um pouco). Talvez isso fizesse com que a história fosse ainda melhor. 

Foi uma leitura divertida enquanto durou. 


Já conheciam o livro? Vocês podem comprá-lo na Amazon aqui! Não se esqueçam de comentar o que acharam da resenha. 

Beijocas e até mais!
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66- Primeira estrela que vejo


As estrelas brilham
Os pedidos são lançados
Pelas crianças nas sacadas
"Primeira estrela que vejo"

Basta acreditar
Todos os sonhos --
Desejos escondidos
No fundo da alma

Basta acreditar

E quando o tempo passa
E é a sua maturidade
Que lança pedidos ao céu?

Primeira estrela que vejo...
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65- Falaram...


Falaram que o tempo faz as pessoas se tornarem sábias. Que seus erros e dos outros ajudaria a crescer. Que as coisas ficariam mai fáceis de enfrentar e que a dor de cada instante não nos faria sofrer tanto como antes. Falaram... Mas nosso ser nos pune. O mundo nos pune. As pessoas nos pune. Quando continuamos cometendo os mesmos erros. E substituindo antigos acertos. 

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64- O.P.S


Olhos abertos 
Peito inflado
Sorriso no rosto

E ela passou...
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63- Liberdade


Asas abertas
Vento no rosto
O universo se estendendo
A frente de meus olhos
E o corpo
Aprisionado pelas grades
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Resenha - eles eram muitos cavalos

eles eram muitos cavalos - Luiz Ruffato
Editora: BestBolso
Páginas: 154






Eles Eram Muitos Cavalos - No enredo de Eles eram muitos cavalos, Ruffato percorre a cidade de São Paulo, durante um dia, tentando desvendá-la. A cidade é apresentada em fragmentos, como um caleidoscópio de dilemas da megalópole. A linguagem é crua e de um realismo visceral.


eles eram muitos cavalos não é um livro fácil de ler ou de comentar. Não há uma história continua, ao mesmo tempo que é a história de um dia comum em São Paulo. Tudo passa em apenas um dia, mas poderia ser em qualquer dia do ano.

O livro foi dividida em textos curtos. Crônicas? Contos? Não se sabe. O autor mesclou diversos tipos textuais, então encontramos desde folhetos de propagandas a listas. Para quem está acostumado com o estilo "mais clássico" de Literatura, pode achar bastante confuso.

Muitos textos param no meio. Não possuem pontuação ou letras maiúsculas. Tudo isso para mostrar a rapidez como as coisas acontecem em meio a grande cidade. Personagens vêm e vão, como pessoas na rua, deixando seu rastro e suas histórias, mas não fazendo tanta diferença depois. 

Se pegar esse livro para ler, leia de uma vez e sinta as histórias como se fosse você caminhando em meio a São Paulo e escutando as pessoas conversando, vendo cenas cotidianas, lendo propagandas... Parece um complexo e bem estruturado sussurro da sociedade. Mostrando o que se esconde nas ruas, mesmo estando a altura de nossos olhos.

Eu pouco tive contato antes desse ano com Literatura contemporânea nacional (principalmente a que segue um pouco a premissa do Modernismo de criar algo novo e quebrar com o que estava em vigor). No principio é um choque não encontrar a história construída como estamos acostumados. Ou encontrar vários fragmentos de histórias e não saber o que veio antes ou irá vir depois. Mas é maravilhoso quando se entende e consegue entrar em uma obra contemporânea. É um jeito diferente de Literatura, mas muito animador.

Concluindo, o livro é complicado de ler, nem todo mundo gosta, nem todo mundo entende. Parece qualquer coisa menos Literatura, mas talvez por isso seja tão interessante. É uma representação da realidade quase naturalista, mas juntando os vários tipos textuais que encontramos quando, por exemplo, andamos em um dia comum pelas ruas.


O que acharam da resenha? Já conheciam o livro? Já leram? Não deixem de comentar a opinião de vocês. 

Beijocas e até mais!

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62- Holofotes


Os holofotes
Apontam meu rosto
Eu estou cega
Não sei para onde ir
E suas mãos
Que prometeram me guiar
Não encontro em nenhum lugar

Onde você está?

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61- Querida


Querida,

Não sei por onde começar. Por nenhum lado é fácil. Talvez eu comece pelo passado, dizendo o quanto um dia você me encantou. Seu jeito doce de ver as coisas. Seu sorriso raro, mas sempre brilhante. Seus olhos curiosos com uma beleza peculiar. Isso tudo me fez lhe amar cada vez mais. O que só torna as coisas mais difíceis. Nós dois sabemos que de uns tempos para cá a vida nos apresentou desafios - os quais você enfrentou bravamente sem nem ao menos indagar o porquê de tudo ser tão difícil para nós dois. Mas eu não. Eu não consigo. Não que eu não rodasse o universo inteiro por você. Não que eu não me afogasse em águas profundas para lhe salvar. Pelo contrário. Eu faria tudo isso e muito mais por você. Mas eu não consigo! Não consigo lhe ver sofrendo por minha culpa. Não consigo ver tanta maldade nos olhares das pessoas virados para você. Isso me mata aos poucos. Não consigo lhe ver sofrer. Eu sei que o adeus irá doer também. Que eu estou desistindo do que construímos e sonhamos. Sinto muito. Mas você verá que é para o seu bem. Eu irei lhe proteger sempre, mesmo que afastado. Eu estarei ao seu lado mesmo que não possa me ver. Mas quero que busque a felicidade em outra pessoa e que o mundo também lhe faça feliz. Eu lhe amo, mas é hora de deixá-la ir.

Um abraço,

A pessoa que não aguenta mais lhe ver sofrendo.
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60- Escuridão


Você sempre disse
Para eu não ter medo
Do escuro
Disse que nada
Poderia me machucar
Vindo dali
Disse que estaria ao meu lado
Para me
Proteger
De todos os monstros
De dentro do armário

Só eu que não percebi
Realmente não precisava
Temer o que havia no escuro
Porque o que eu precisava temer
Estava ao meu lado

Você se tornara

A minha escuridão
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59- Labirinto



Minha mente é um labirinto
Meus pensamentos
Andam trôpegos
Pelo escuro tormento

A luz não chega ali
Precisa procurar outra coisa
Para tentar sair

E imagina se você
Que de fato não me conhece
Irá achar um meio 
De descobrir a saída? 


[Talvez eu não lhe ajude a descobrir a saída, mas adoraria ser a luz que irá guiá-la no percurso.]

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58- Fogo


A chama da vela se movia sedutoramente. Parecia chamar com sussurros estralados, pedindo para que se aproximá-se, mas sempre afastando rapidamente todos que tentavam tocá-la. Nunca entendi bem como aquela beleza parecia ser daquele jeito. Linda, porém solitária. Precisava de companhia, mas sempre as afastava. Mamãe costumava falar que o fogo era como as pessoas de coração fustigado: precisavam de pessoas para fazê-las feliz, mas sempre as afastava por medo de sofrer. Agora a pergunta é: quando foi que me tornei fogo?
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Nossos Olhos


As pessoas enxergam o que está ao alcance de suas mãos. Como um dia eu esperei mais? Cometendo o mesmo erro: vendo apenas com meus olhos.

Eu não entendo muito tudo isso, mas busco melhorar o que meus olhos conseguem ver. Nunca estive em diferentes faces da moeda, nunca preferi "isso àquilo", nunca nem ao menos parei para me indagar como as pessoas pensariam sobre minhas tão malucas formas de pensar.

Era muito ingênua em inúmeras questões até meus olhos serem abertos com força e eu ter que encarar a realidade de outro jeito. E ela sempre havia estado ali daquela maneira? Como eu nunca tinha parado para colocar o que me afligia para fora e buscado encontrar pessoas que pensassem da mesma forma? Como eu fui cega de viver em um mundo de fantasias, quando meu próprio universo precisava de um herói? Não um herói. Centenas deles. 

O que eu construí para mim vai ruindo aos poucos. As marcas de meus passos parecem não fazer mais diferença por onde eu passei, já que só são importantes para mim. E por mais que eu continue me treinando para ver o mundo de uma nova forma, as pessoas continuam as mesmas. No que isso muda? Em nada muda. Eu ainda me sinto acorrentada, querendo sair voando pela janela e conhecendo mundos novos e vivendo minhas ideias sem que me impeçam. E ora se eles não me impedem. Todos influenciam em algo. Mesmo que com seus olhos fixos em alguma coisa que não me faz mais respeito. 

O mundo está mudando. As pessoas não são mais as mesmas, mas umas insistem em continuar enxergando apenas o que está ao alcance de suas mãos. Prendendo todos aqueles que pensam e sentem diferente. Uma pena. 
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