Resenha - As Aparências Enganam


Olá, pessoal! Desculpa o sumiço, fiquei doente essas semanas e não tive como atualizar aqui. Mas aqui estou, antes tarde do que nunca! O livro que irei resenhar hoje é um chick-lit que me comprou pela capa (sim, eu sou dessas). Agora vamos pela resenha:



As Aparências Enganam - Janaina Rico, Liana Cupini
Editora: Qualis
Páginas: 144
Nota: 2,5
Luiza era uma loira sensual, bem resolvida e determinada, enquanto Isabel era uma morena pacata, que sonhava em ser dona de casa e ter filhos.
Luiza se dedicava ao seu trabalho e era muito ambiciosa, já Isabel só pensava em agradar seu noivo e planejava uma família.
O destino as uniu e agora elas vão perceber que a felicidade pode morar ao lado. Será que a grama do vizinho é realmente mais verde? Será que uma mudança radical poderá consertar todos os erros do passado?
Se a vida te oferecesse a chance de mudar, você aceitaria? Essas duas amigas toparam, e em uma nova cidade, terão a chance de recomeçar! Um livro sensível, sobre as dores e as alegrias de ser mulher.


As Aparências Enganam traz para o leitor a história de Luiza e Isabel, duas amigas de adolescência que se reencontram em um momento inusitado, onde ambas estão "fugindo" de suas realidades e buscando um tempo longe para conseguirem voltar aos eixos. 

Nossa história é narrada em primeira pessoa, intercalando partes narradas pela Isabel e partes narradas pela Luiza. Não temos muita descrição no decorrer das páginas, acredito que seja por conta do gênero, e as autoras focam bastante nos diálogos e na narração. Isso torna a leitura mais dinâmica e rápida e o livro que já é curtinho acaba em um estalar de dedos. 

As protagonistas são divertidas, bem aquelas que buscamos encontrar quando lemos algum chick-lit, mas confesso que não consegui me identificar com nenhuma delas, o que tornou a leitura menos proveitosa. Isso foi uma coisa bem pessoal, já que eu vejo o mundo de forma diferente das duas e muitas das ações delas eu totalmente repúdio. Mas a linguagem continua sendo divertida e boa para passar o tempo.

Agora o que mais me incomodou na leitura (e o motivo de ter dado uma nota baixa) foi a forma como os fatos se desenvolvem. Não achei muito crível os acontecimentos, os "segredos" e como as protagonistas evoluíram. Não sei se essa foi a intenção das autoras, mas tem partes que parecem tão impossíveis ou sem motivos que só me deixaram menos interessada pelo final. Senti como se as autoras não tivessem planejado a trama desde o primeiro momento e colocado algumas declarações só no fim para se tornar uma grande revelação, mas estas não se ligando com o que foi mostrado na história. É difícil acreditar em uma personagem que no fim se mostra outra pessoa, sendo que ela está narrando a história e o leitor está praticamente DENTRO DA CABEÇA DELA

Mas a leitura foi boa para passar o tempo, além de bem rapidinha. Acho que quem gosta do gênero irá aproveitar mais do que eu, já que chick-lit não está lá em cima da minha lista de gêneros favoritos. 

Sobre a edição: A capa é uma gracinha, como vocês devem ter notado. Adorei a ilustração e ela se encaixa perfeitamente à história. A fonte escolhida para o miolo não é uma das minhas favoritas, mas torna a leitura mais fácil. Acho que faltou uma revisão mais detalhada, já que achei muitos errinhos que poderiam ter sido corrigidos com uma breve passada de olhos. 

Espero que tenham gostado da resenha! Já conheciam o livro ou já leram alguma coisa das autoras? Comentem aí embaixo!

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Resenha - O Sol é Para Todos


O Sol é Para Todos é um daqueles livros que você provavelmente vai encontrar em todas as listas de "livros que você tem que ler antes de morrer". Ganhei meu exemplar de presente há algum tempo e só depois de tempos que consegui sentar para lê-lo. Espero que gostem da resenha.



O Sol é Para Todos - Harper Lee
Editora: José Olympio
Páginas: 364
Nota: 5

Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.

O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird, no original), é narrado em primeira pessoa por Scout, uma garotinha de seis anos de idade que mora em uma pequena cidade onde todos se conhecem e a "ordem" das coisas é mantida. Scout mora com seu irmão, Jem, e seu pai, Atticus. Atticus tem uma forma diferente de ver as pessoas e, por mais que saiba que isso influenciará de forma negativa em sua imagem, decide aceitar defender o processo de um negro acusado de estuprar a filha de um homem da região. 

A história é toda sob o ponto de vista da criança, Scout é bastante impressionável e o tipo de garota que não leva desaforo para casa e resolve tudo com os punhos. É bastante ingênua em certos momentos, por não ter conhecimento mesmo, mas sempre aprende com o pai e tenta seguir seus ensinamentos (às vezes, né?). E essa voz que conhece pouco faz com que o leitor vá aprendendo junto a ela como funcionam as coisas em sua cidade, como as classes são separadas e como cada pessoa deve se "portar" só porque as pessoas falaram que é assim. 

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A linguagem é bastante fluída, não chegando a ser infantil, mas também acessível para diversas idades. Anos passam no decorrer da narração e podemos ver o amadurecimento dos personagens, principalmente do Jem, que se torna adolescente e começa a se parecer em certo ponto com o pai. O cotidiano na obra está tão presente, em outras palavras, a ambientação foi tão bem construída que o leitor se vê inserido nos anos 30, morando na casa de Atticus e tentando entender como que as pessoas da época pensavam (mesmo que para nós seja um retrocesso em muitos pontos). 

Contudo, assustadoramente, muita coisa é ainda atual como o tema principal do racismo e até a questão do vizinho das crianças, Arthur Radley. E por isso o livro ainda hoje é tão importante (sério, ele se passa em 1930, como que tem coisa que se repete em pleno século XXI?)

Gostei bastante dos questionamentos da Scout, aqueles bem típicos da infância, que mostra que as crianças não nascem corrompidas, a sociedade que tem o poder de corrompê-las. No decorrer das páginas somos constantemente colocados a frente de questões sobre bem e mal, sobre a opinião da sociedade e se ela é o correto a se acreditar, etc. 

É um livro divertido, que não cansa em nenhum minuto, mas que passa uma mensagem valiosa e te faz ficar encarando o teto depois que acaba de ler. 

Indicado para todos os leitores e com certeza ainda é uma leitura indispensável.

Sobre a edição: Eu não conhecia esse selo da Record, mas já posso dizer que gostei muito. A capa tem um toque aveludado e é fácil de manipular. As páginas são amareladas, com uma diagramação simples, que permite uma leitura confortável. A única coisa que me incomodou é que em algumas partes do livro teve alguns problemas na impressão, seja porque ficou faltando pedações de palavras ou tinha manchinhas... Mas nada que tenha atrapalhado tanto. 


Sobre a autora

Harper Lee foi uma escritora estadunidense, filha de uma dona de casa e de um advogado. Seu primeiro livro, O Sol é Para todos (em inglês: To Kill A Mockingbird) publicado em 1960, foi um sucesso instantâneo, se tornando um dos maiores clássicos da literatura norte-americana moderna. A obra ganhou o prêmio Pulitzer e deu origem a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 1962.
O romance é baseado livremente nas memórias familiares da autora, assim como em um evento ocorrido próximo a sua cidade natal em 1936, quando ela tinha 10 anos de idade. A obra foi eleita pelo Librarian Journal como o melhor romance do século XX e está na lista de 100 melhores livros feita pela BBC.

Espero que tenham gostado da resenha! Já conheciam o livro? Pretendem lê-lo ou já leram? Não esqueçam de comentar aqui embaixo.

Beijinhos e até! ♥
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