57- Quem você pensa que é?


Quem você pensa que é
Para ficar sentado
Quieto
Encarando-me com os olhos travessos
E um sorriso de zombaria no rosto?
Movendo as mãos
Hipnotizante e sedutoramente
Como se soubesse o que faria
Eu ceder e me entregar a você.
Quem era você
Para jogar sem seguir as regras
E achar que eu era apenas mais uma
Daquelas infinitas garotas
Que se derreteriam pelo seu sorriso?

E por mais que eu me indagasse, deixava de lado o fato de que naquele momento, eu que não sabia mais quem eu era. 
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56- Na estrada


O asfalto estava molhado pelas minhas lágrimas. Os tênis rotos arrastavam-se pela estrada, afastando-se de toda dor, mas também de todos momentos felizes. As despedidas sempre foram difíceis e desta vez não teria mais uma forma de voltar e dizer que havia sido uma brincadeira de mal gosto. Tinha tudo ficado para trás naquela cidade que sempre foi meu pequeno mundo, mas que estava prestes a se tornar apenas passado. 

Disseram-me para não olhar para trás, que o futuro era seguindo adiante. A dor do adeus iria passar e tudo iria ser diferente. Disseram-me para ter coragem e seguir meus sonhos. As coisas se organizariam, mais cedo ou mais tarde.

Paro. Estou sozinha nessa infinita estrada. Poderia virar rapidamente o rosto, só para conferir se tudo estava bem, mas eu sabia que a cidade se estendendo pelo horizonte me faria lembrar de tudo e desistir. Respiro fundo. Corro. Meu rosto vira-se brevemente, ignorando as ordens de meus pensamentos, mas já é tarde demais. Eu já estava muito longe para desistir. 
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Recomendação #3 - Imagine Eu e Você


Eu tinha dito para mim mesma que precisava assistir a algum filme. Então, aproveitei a semana passada e toda a lerdeza do feriado para assistir ao filme: Imagine Eu e Você.

Ok, não sei como cheguei nele. Não sou do tipo de garota que gosta de comédias românticas, mas me diverti bastante com essa. 




No dia de seu casamento com Heck (Matthew Goode), Rachel (Piper Perabo) começa uma amizade com a florista Luce (Lena Headey). A noiva planeja apresentá-la a Cooper (Darren Boyd), amigo do marido, mas Luce revela ser lésbica. As duas passam cada vez mais tempo juntas e Rachel logo começa a questionar seus sentimentos e seu estado civil.





Sabe aquela frase: "Se a ama, deixe-a ir. Se ela amá-lo, irá voltar"? (Ou qualquer variação dela). Pois bem, acho que serve perfeitamente para esse filme. O que eu mais gostei, mesmo se tratando em uma descoberta sobre sua sexualidade (como um monte de outras histórias), foi a amizade das protagonistas e a maneira fofa como elas se tratavam. Como amigas antes de amantes. Buscando o melhor para a pessoa amada, nem que isso doa. 

A única coisa que achei meio "nhen" foi o final-final. Mas é uma comédia romântica, tenho que dar um desconto. 


E você já conhecia o filme? Comente ai o que achou :)
Beijocas e até mais. 
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55- Não seria bom?


Não seria bom
Longas horas
Sob uma sombra
Cabeça no colo
Colo na cabeça
Respirações ritmadas
Sorrisos
Páginas abertas
- Fantasia -
Eu e você
Não seria bom?

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Quem sabe você não é mais aquela garotinha


Quem sabe você não é mais aquela garotinha. 

Sentada no ponto de ônibus, completamente sozinha. Os dedos inquietos enrolando o cabelo escuro. As pernas esfregando, uma na outra, as meias três quartos. Seus lábios se movendo timidamente, com o mesmo ar enérgico de uma reza. Tudo parecia muito diferente de anos atrás. Mas seu rosto angelical ainda era o mesmo. O mesmo ar infantil. Como se seu mundo se mantivesse alheio às verdades. 

Quem sabe você não é mais aquela garotinha. Que corria com os joelhos ralados e se sujava junto com todos os meninos. Com o cabelo sempre preso em um rabo de cavalo e os óculos tortos escorregando pelo nariz fino. 

Agora sua alma poetiza tinha os olhos distantes, sonhadores. O corpo ainda vazio do prazer de amar, mas não estava esperando por um príncipe, cavaleiro ou bardo. Tão diferente da garotinha que conheci há anos. Os lábios naturalmente rosados, movendo-se sedutoramente. Carregando um livro clássico sob o braço e escutando alguma música nos fones discretos. E pensar que você ainda repetia a velha frase: "Deveria parar de perder tempo sonhando". Mas sonhar era o que mais fazia. 

Não era mais uma criança como eu costumava vê-la. Havia se tornado uma mulher. E eu só agora me dando conta do quanto cresceu. 

Você não era mais aquela garotinha. 


[Baseado em "Malandragem" - Cazuza e Frejat / Cássia Eller]
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54- Bateu a porta e foi embora.


Ontem você disse que não quer mais nada. Bateu a porta, foi embora. Eu fiquei só. Sentado em pleno corredor. Encarando a parede branca e me lembrando de tudo o que aconteceu nos últimos oito anos. Não sei se você se lembra, mas foi no café da rua de baixo que nos conhecemos. Você tomando suco de laranja. Eu apressado como sempre, esperando impacientemente o meu copo extra-grande de café com Chantilly. Você ainda acha engraçado eu detestar café, mas só beber isso. Eu ainda acho engraçado você adorar café, mas só beber suco. Eu estava saindo e você levantando. O choque foi inevitável, mas durou por oito longos anos. Quem diria. Lembra-se do primeiro encontro? No parque da cidade, você aprendendo a andar de patins e eu mostrando meus dons enferrujados? Mas claro que você me mostrou que era muito melhor do que eu na velha mesa de pebolim esquecida no fundo da minha garagem. Não sei se você se lembra, do primeiro beijo, na frente do meu trabalho, depois de muito tempo que eu tinha planejado te beijar. Não sei se você se lembra, da nossa primeira noite juntos, ao som de Elvis (o seu favorito) e Tchaikovsky (o meu favorito). Não sei se você se lembra, de todas as risadas, abraços e noites com falta de luz (que passamos contando histórias de nossos antepassados). Não sei se você se lembra. Quando eu fui à sua formatura e você veio morar comigo. Ou quando decidimos nos mudar para um bairro mais calmo (e, coincidentemente, perto de onde tudo começou). Não sei se você se lembra. 

Mas você disse que não quer mais nada. Bateu a porta e foi embora. 
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53- Consegue escutar?


A mente turbulenta abafa todos os ruídos ao redor. Nada mais é escutado quando os pensamentos gritam mais do que tudo. O mundo parece sussurrar quando a preocupação está apenas em seu ser. Toda a beleza dos ruídos se torna inaudível sob o barulho das dúvidas e lamentações. O cantar dos pássaros se torna distante. A risada de uma criança não parece mais tão sublime. Os bom-dias e tudo-bens passam despercebidos. O tão esperado eu-te-amo, o farfalhar dos cabelos ao vento, o estralar do beijo, o último adeus, o estourar das bolhas de sabão... Tudo deixa de importar. Quando não se nota. Quando não se importa.

E você? Consegue escutar?
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52- Hoje à noite

Hoje à noite
Quero ver o brilho do luar
Espraiar
Pelo seu corpo desnudo

Hoje à noite
Quero sentir o toque
Macio
Da sua pele na minha

Hoje à noite
Quero provar o mel
Inebriante
De seus lábios

Hoje à noite
Quero que meu corpo
Queime
No contato com o seu

Hoje à noite
Quero sentir seu peito
Adormecer
Envolto pelos meus braços

Hoje à noite
Quero que não seja como as outras
Noites
Hoje à noite
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51- Quebrado


O reflexo no espelho
De olhos sem brilho
A figura rachada 
Dividida cubicamente
Toda a sombra enegrecida
Tomada pelo silêncio
Noturno
O brilho úmido
Do sangue vivo
Descendo pelo vidro
Frio
Lágrimas
Dor
Mente vazia 
Mãos maculadas
Loucura
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50- Veludo


Sentadinha no banco
O corpo esguio pulando
Junto com cada quebra-mola
O pé sobre o estofado
As mãos no sapato
O velcro estralando 
Retira
Arruma
As pernas escondidas sob as meias
A saia se amontoando sobre as coxas
O uniforme da escola da rua S.
No rosto, uma expressão ingênua
Os olhos sorridentes
O corpo maturando
E os lábios
Os lábios, tiras de veludo.
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49- Via tudo


Joelhos caídos sobre a terra úmida de rubro. O couro fustigado dos animais puxando multidões de mentiras. O caminhar era trôpego, mas não lhe davam nem chance para parar e descansar. Atrapalhava o ciclo! Atrapalhava tudo!

As bocas foram cuidadosamente tapadas por pontos cirúrgicos. As orelhas rodavam no ar, capitando os ínfimos ruídos que lhe mostravam que o mundo ainda era mundo. O rosto semi-escondia-se sob um capuz sujo, usado em tantos outros antes daqueles.

O estralar do castigo fazia as costas se curvarem. Os olhos se espremiam prevendo a dor, mas nenhum gemido escapava pelos pontos.

O agreste queimava-lhe as solas, até um cair. Os membros esticados, os dedos pulsando e sangrando.
O estralar. 

Era erguido. Colocado sobre as pernas. Atrapalha o ciclo! Atrapalha tudo!

O ciclo. A roda voltava a girar.

A frente de tudo aquilo, a justiça - de olhos tapados - via tudo. Mas seus olhos, não viam nada.
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48- Diário


O trânsito de pessoas. O movimento compassado do quebrar de saltos no asfalto. Mentes apressadas. Rostos sérios. Olhos fixos nos objetivos. Trabalho. Almoço. Casa. Filhos. Compras. O sol esturricando as cabeças despidas. Os toc-tocs. Os nheco-nhecos. Conversas. Gritos. Buzinas. O semáforo sonoro. Passos, passos, passos. O tic-tac dos relógios. O sol esturricando. Trânsito parado. Ambulância na rua. Casal jogado na faixa. Mãos dadas. Marcas de pneus. Sangue... Passos, passos, passos. O tic-tac dos relógios. O sol esturricando. 
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Resenha - Uma Canção Para a Libélula (Parte I)

Uma Canção para a Libélula (Parte I) - Juliana Daglio
Editora: Editora Deuses
Páginas: 238





Era uma comum primavera numa fazenda qualquer, mas um encontro inusitado aconteceu: a Menina e a Libélula se viram pela primeira vez. Assombrada por um medo irracional da Morte, a Menina é marcada por esse encontro para o resto de sua vida. Compõe então uma canção em seu piano, homenageando a misteriosa libélula.
Os anos se passaram, Vanessa vivia em Londres e tinha a vida cercada por seu iminente sucesso como pianista, porém, algo aconteceu, mudando seu destino: Uma doença, uma viagem e um reencontro. Vanessa precisará encarar fantasmas que sequer lembrava um dia terem assombrado sua vida, tendo de relembrar a morte do irmão e reviver seu conflito com a mãe. E mais importante e mortal, conhecer a grande antagonista de sua vida, a quem chama de Vilã Cinzenta. De Londres a São Paulo, dos Palcos aos Lagos. “Uma canção para a Libélula” é a história de uma alma perdida e de sua busca por quebrar o casulo de sua existência, para só então compreender o sentido da própria vida. Este livro é um profundo mergulho em uma mente nebulosa, permeada por lagos obscuros e pela inusitada morte; não havendo sequer esperanças.


Depressão. Um tema que me interessa muito e que se torna cada vez mais preocupante em nossa sociedade. E é sobre isso que Uma Canção para a Libélula vem falar. 

Vanessa é uma jovem pianista. Uma garota quieta, um tanto quanto taciturna, que prefere ficar sozinha em um canto do que ter que receber pessoas ou se envolver verdadeiramente com o amor. Amor? Ela pouco conheceu isso na vida. O que aconteceu em seu passado fizeram com que ela crescesse dessa maneira. Todos os acontecimentos de sua infância, que são mistérios para nós no início do livro, sulcaram a personalidade triste de nossa protagonista que não consegue notar esses problemas em sua personalidade. 

Mudou-se para Londres quando era pequena e pensou que, a partir dali, sua vida melhoraria de vez. O que de fato aconteceu, mesmo tendo custado afastar da sua vida as memórias para não sofrer. Mas, em um fatídico dia, ela tem que voltar para São Paulo para cuidar de seu pai. As preocupações voltam e a pergunta que não se cala na cabeça de Vanessa "Como será que os dias irão passar com Valéria?". Valéria é mais o motivo de fazê-la mudar para Londres, do que sua mãe. 

De volta para sua terra natal que as coisas começam a desandar e nós, leitores, mergulhamos aos poucos nas lembranças, dores, e "loucura" dos envolvidos. 

A história é narrada em primeira pessoa, então sabemos tudo pela mente de Vanessa. Desse modo, não temos todos os fatos desde o início da história (nem no final), já que ela se recusa a lembrar do que aconteceu antes de se mudar para Londres (e essas lembranças só aparecem bem depois durante a narração). Além disso, os personagens são construídos a partir das impressões da garota, então não sabemos se de fato alguns são tão ruins ou bons como se é passado. 

Os ares da narração parecem um tanto quanto caóticos, como a mente confusa da garota, mas isso apenas ajuda a se envolver mais com os personagens e entender um pouco sobre como uma pessoa com depressão se sente.

Devo confessar que teve momento que eu senti raiva, não da protagonista, mas dos personagens que diziam que se importavam com ela, mas nem sempre agiam como tal. [Sério, se você sabe que a pessoa está doente, o mínimo que você faria era cuidar dela. Não deixar ela tomando conta de sua vida. PORQUE TODO MUNDO SABE QUE PESSOAS COM DEPRESSÃO PRECISAM DE AMOR E NÃO DE SOLIDÃO.] Senti falta de um aprofundamento das personagens secundários, que realmente ficaram como "secundários", mas, como eu disse, a protagonista se importa mais em ficar sozinha digerindo seus problemas do que fazendo uma análise detalhada das pessoas ao seu redor. 

Mas eu adorei tudo. Adorei o jeito que a depressão foi tratada (e a forma que mostra que as pessoas que a tem nem sempre acreditam nisso). Adorei o drama [Com certeza eu sou a rainha do drama hehe]. Adorei o fato de ter música envolvida. Adorei a escrita da Juliana. 

Só que agora estou com raiva da Juliana por ter terminado de uma maneira que me deixou louca para ler a segunda parte. Espero que saía logo!

[Obs: Encontrei alguns erros tipográficos no decorrer da leitura, mas nada que interfira no entendimento.]

Indico a todos aqueles que, assim como eu, gosta de drama, ou buscam algo mais intenso para ler. 


E você? Já conhece a obra? Já leu? O que achou? Concorda comigo? Não deixe de comentar :)
Beijocas e até mais.
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Desenhos #2 - Rabiscos, rabiscos, rabiscos


Olá, meus docinhos, como estão? 

Finalmente trouxe alguns desenhos para vocês. Sei que ainda estão incompletos (e nem sei quando vou terminá-los), mas estou me esforçando para desenha sempre e progredir.

Esses três primeiros desenhos foram treinamentos. Eu gosto bastante de desenhar rostos, mas nem sempre consigo fazer boas bocas ou cabelos, então tentei dar uma treinadinha nisso (tá, não ficou láaaa grande coisa, mas um dia eu chego lá). Já o segundo é um desenho que comece faz tempo, mas que só agora estou colocando os últimos detalhes. Ele foi baseado em uma fotografia de uma criança lendo e eu achei super interessante para uma releitura. O terceiro desenho foi um treinamento de uma face mais "realística" masculina (o que eu pouco desenho, já que não sei desenhar nenhum pouco meninos).

                  


Por último, um desenho completo (mesmo que não colorido). Não sei se vocês conhecem ou já me viram falando sobre ela, mas essa é a Haley, a protagonista de um romance de aventura que estou escrevendo. Ela é uma das minhas personagens preferidas para desenhar e sempre me divirto criando novas feições e estilos (para ver qual fica mais divertido).


Espero que tenham gostado da postagem. O que achou? Alguma sugestão? Não deixe de comentar :)
Beijocas e até mais!
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47- O que eu deveria esperar


Os olhos verdes apáticos encaravam semiabertos o chão sujo. Um delírio viciante rodava seus miolos, buscando algum meio de escapar, mas era sempre engolido de volta, já que as mãos – habilidosas – sabiam bem a hora de levar a garrafa de álcool aos lábios secos.

Você não erguia o olhar. Não notava nada ao seu redor. Ou fingia não notar, talvez negligenciasse tudo por saber que não era capaz de fazer melhor.

O meu boletim estava jogado de lado. Tudo o que eu me esforçara para tirar estava de lado. Nada que eu fazia lhe importava, mesmo que eu desse meu melhor a cada segundo para lhe deixar feliz. Nada.

Mas o que esperar? Seus olhos nunca me olharam como deveriam. Seus braços nunca me envolveram como deveriam. Sua boca nunca me beijou como deveria. Você nunca foi a pessoa que deveria ser.

O ar fétido era inalado e expirado vagarosamente pelas minhas narinas infantis. Meu coração gritava, mas as lágrimas ficaram apenas em sua linha.

Você meio sentada, meio jogada, fingia que não me via. Uma baba repulsiva descia pelo queixo caído. Apenas demonstrando seu descaso. Ao seu redor, as sobras de sua loucura escorriam pelas bocas úmidas de garrafas quebradas.

Os olhos mortos. O corpo inerte. A mente vazia. O que esperar? Apenas catei minhas coisas. Suspirei ruidosamente (e mesmo assim você não reagiu). Subi as escadas barulhentas. Tranquei-me no quarto e, jogada na cama, fiquei aspirando a poeira da falta de cuidado e estudando minhas únicas amigas: as manchas de mofo nas paredes.
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46- Era para ser...


Era para ser
Você e eu
Eu e você
Era para ser
Minha boca na sua
Sua mão na minha nuca
Era para ser
Seus olhos sorrindo
Minhas bochechas queimando
Era para ser
Tardes assistindo ao fim do dia
Manhãs acordando ao seu lado
Era para ser
Frases doces
E abraços apertados
Era para ser
Mas não foi
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45- Eu estou aqui


O quarto está com as janelas abertas. No passado isso quase não acontecia, mas agora o clima está diferente. Um vento aconchegante foge pelas cortinas esvoaçantes e bagunça seus cachos de seda. Seu rosto está pálido e sua boca fechada dolorosamente enquanto seus dedos ligeiros passeiam pela caixa recém-fechada. Você não queria ter que se despedir daquele jeito. Eu sei. Sei que não queria estar agora lacrando todas as lembranças e as guardando de vez. Às vezes você ainda chama o meu nome durante as noites mais escuras, e eu escuto seu pesar, querendo e, ao mesmo tempo, não podendo lhe responder. Eu vejo as lágrimas verterem em sua face. Pena que não posso secá-las. 

Você aí, perto da janela, observando o velho quintal e se lembrando dos bons momentos! Eu sinto a dor em seu peito. Mas não se preocupe, eu estou aqui. E toda vez que enlaçar sua cintura com meus braços, toda vez que eu tocar sua pele com meus lábios, você saberá. Eu estou aqui. Vou sempre estar. Protegendo-lhe. 
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Nosso Amor


– OLHO PASTEL! OLHO PASTEL!

– BRIGADEIRO UM REAL!

Sua cabeça mantinha-se baixa enquanto subia as escadinhas que a levaria para longe de tudo aquilo que conhecia. Meus olhos não se despregavam de você, mesmo eu sabendo que nem ao menos sabia que eu havia corrido praticamente a cidade inteira para me despedir. 

– CHINELAS! SAPATILHA! TÊNIS! TUDO PELO MENÓ PREÇO!

– OLHA O HOMEM DO DOCE! PIRULITO, BALINHA, "CHICRETE", ALGUDÃO DOCE...

Seus amigos não estavam lá. Eles devem ter se despedido antes. Ou talvez nem saibam que você está partindo. Partindo com um triste sorriso no rosto, sabendo que dali para frente seu futuro irá melhorar, mas que iria ser especialmente doloroso deixar tudo para trás e começar do zero. E aquilo despedaçava meu coração. 

– FOTO 3X4! FOTO 3X4! TIRE AQUI SUA FOTO 3X4! REVELAMOS NORA!

Eu só queria que você virasse a cabeça para o lado. Já tinha atravessado a catraca e arrumado um lugar perto da janela. Mas seus olhos ainda estavam baixos. Estudando provavelmente o email que imprimiu às pressas com as instruções do novo trabalho.

– PASSE! PASSE! OLHO PASSE!
– ESTRALINHO! ESTRALINHO! OLHA O ESTRALINHO!

"Olha. Olha. Olha para mim." Minha mente gritava enquanto meus lábios se espremiam apaticamente. O motorista já dava ré. Era a última chance. Só precisava de um instante para você perceber que eu estava ali, como prometi, apoiando-a em todos os momentos. Estando ali - mesmo que atrasado - para mostrar o quando me importava você. 

– CDS! DVDS! TUDO DUBOM E DUMELHOR!

Seus olhos subiram rapidamente para a multidão que se dividia em filas infinitas. Nossos olhares se encontraram. Você abriu um tímido sorriso de lado. Uma lágrima solitária desceu pela sua pele rubra, mas você logo a expulso, tentando dissimular seus verdadeiros sentimentos. 

– PIPOCA! VAI PASSANDO O CARRINHO DA PIPOCA!
– OLHO PASTEL! OLHO PASTEL!

"Eu lhe amo" Pronunciei vagarosamente a frase, para que pudesse ler meus lábios. Você piscou ligeiramente os olhos úmidos, provavelmente impedindo mais lágrimas de descerem.

– BRIGADEIRO UM REAL!

No momento que ia me responder, um ambulante passou a minha frente, escondendo por segundos sua face. Segundos estes que bastou para o motorista sair da baia e você sumir para a sua nova vida.

– CHINELAS! SAPATILHAS! TÊNIS! TUDO PELO MENÓ PREÇO!
– LIVROS USADOS! VENDO E COMPRO LIVROS USADOS! HISTÓRIAS DE AMOR, AVENTURAS, DESVENTURAS...

"Eu lhe amo" A frase ecoou em minha mente. Sua resposta não chegou. Nunca chegaria. Mas, onde estivesse, eu tinha certeza que ainda escutava o grito do vendedor de pastel. 
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44- Caótico


A tez colada no vidro
As gotas gélidas
Descendo em caracóis
A chuva na rua
O ar quente embaçando 
A fumaça cinza
Embrenhando-se aos miolos
Risadas distantes
Cadeira no chão
Tinta em salpicos febris
Folhas pela escuridão
Olhos lacrados
Boca caída 
Lágrimas sulcando a pele
Sussurros
Vozes
Gritos
Seu caos

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43 - Tv


A TV ligada
As caixas de lembranças
Jogadas no chão
Seu sorriso na tela

E eu?
Eu caída de lado
Uma garrafa semi-vazia
Olhos vagos
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42- Ações


Andando pela rua, sua mente está distante. Seus ouvidos não escutam os gritos implorando por ajuda, vindos da janela de alguma casa. Apenas um esposo brigando com a esposa. [Não era você mesmo que ontem dizia em uma roda de amigos ser contra a violência?]

Seus pés não prestam atenção por onde andam, nem quando chutam um pobre cachorrinho que se aninhava perto do muro. Ah, só um animalzinho sem futuro mesmo, sua vida já deve estar por um fio. [Não foi você mesmo que compartilhou nas redes sociais algum programa de resgate de animais?]

Seus olhos não rolam pela rua, não notam a criança se enfiando na lata de lixo, buscando algo para comer, nem quando ela ergue a mão e pede a sua ajuda. Algum órgão do governo ou uma ONG irá tira-la da rua, um dia será ajudada. [Mas não foi você que curtiu a foto para "ajudar" as crianças que passam fome na África?]

Andando pela rua, você se mantém distante. A realidade deixa de importar quando sai da discussão entre amigos ou do mural do facebook. Andando pela rua [Não só na rua] você se mantém distante.
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41- Insanidade


Você acha que estou louco, mas agora tanto faz. Meus pés se equilibram na corda bamba. Um profundo abismo se estende sob mim. Embaixo não existe nada que apare minha queda. O buraco é fundo e eu só vejo sua escuridão infinita. 

Você acha que estou louco, mas minha imagem sempre aparece lá embaixo, como se eu me visse cair da borda do abismo. Como se fosse outra pessoa pendurada à centímetros do fim. Porém, a sensação de queda é verdadeira, mesmos meus pés estando fincados na terra infértil. 

Você acha que sou louco, quando meus pesadelos se tornam realidade e a realidade não passa de pesadelos. Minha cama sempre suada parece envolta por inúmeros braços, puxando-me para cada vez mais dentro do colchão de desamparo.

Você acha que sou louco, mesmo quando a escuridão se torna luz e coisas indesejadas pulam a minha frente, como coloridos bobos da corte, e me fazem gargalhar de minha própria dor.

Talvez esteja com a razão. Talvez eu esteja louco. Mas não sei mais. Apenas ando de mãos dadas. Meus dois melhores amigos. O juízo. A insânia.
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Resenha - O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
Editora: Geração Editorial
Páginas: 160





Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal. Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger. Livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia, ele agora chega ao Brasil em nova edição, completa, com a tradução de Frei Betto e enriquecida com um caderno ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor.


Demorei, demorei, mas eu li. Nunca tinha entendido porque tantas pessoas gostavam desse livro. Porque objetos com tema d'O Pequeno Príncipe eram tão populares e queridos. Só depois de 19 anos de vida que respirei fundo, catei uma edição e me sentei para finalmente ler (eu tinha tentado no passado uma vez, mas desisti por algum motivo que não me recordo agora). O que falar? Só que eu entendi a paixão das pessoas por essa história.

O livro começa com o narrador relembrando a infância, quando para ele as pessoas grandes (Adultos) não conseguiam entender o mundo da mesma maneira que uma criança. Sua primeira arte foi depois de descobrir que uma jiboia conseguia devorar um elefante inteiro, e foi exatamente isso que desenhou. Para os adultos, o desenho não passava de um chapéu e o narrador não conseguia entender porque não viam uma jiboia que tinha acabado de devorar um elefante. Então ele refez o desenho, só que agora visto pelo lado de dentro. 

Então, desde o início da história, já há o questionamento da visão de mundo pelos adultos. As crianças conseguem entender coisas novas, mas adultos parecem apenas pensarem sobre experiências vividas e não se abrirem ao novo. 

Após isso, o avião do narrador, agora já crescido e com uma visão ligeiramente parecida com a de um adulto (já que a vida faz isso mesmo, não é?), sofre uma pane e cai no deserto do Saara. Nessa parte da história que conhecemos o Pequeno Príncipe, um garotinho loiro que viajou por inúmeros planetas e chegou a Terra. A primeira coisa que o peculiar príncipe pede é para que ele desenhe um carneiro e só fica satisfeito quando o narrador lhe desenha uma caixa com furos e afirma que dentro dela está o tão desejado animal. 

No primeiro instante percebemos que o príncipe não é uma criança como as outras e já nos interessamos em descobrir um pouco sobre o passado dele. Então, ele começa a narrar a história de saída de seu planetinha, a viagem até outros planetas e finalmente o pouso na Terra. 


Na história, aprendemos junto ao Pequeno Príncipe a ver o mundo de uma maneira diferente. Não posso dizer que o livro é voltado exclusivamente para o público infantil, já que tem muitas coisas que precisa ser um pouco mais crescido para entender. Os personagens que conhecemos ao longo da história nos fazem refletir sobre o que de fato a vida significa para nós, como lidamos com o trabalho, como vemos o mundo e as pessoas que amamos. 

Eu sei que muitos de nós somos os adultos da história, que apenas se preocupam com o trabalho ou tem medo do novo. E, por incrível que pareça, aprendemos mais com uma raposa do que com qualquer adulto que apareça (porque todo mundo sabe que as raposas são os melhores animais da face da Terra hehe). A história é uma lição de vida, aprendemos a amar mais quem é importante para nós e a notar as coisas pequenas que nem sempre víamos antes. 

O livro é um tanto quanto depressivo, mas lindo do começo ao fim. É tomado por metáforas e quanto mais lemos (e relemos) entendemos coisas novas. Com certeza alguma frase irá lhe seguir para o resto da vida. 

Vale a pena ler. Se você ainda não leu, recomendo procurar alguma edição, ou baixar de graça na internet (já é considerada domínio público).

Obs sobre a edição de capa dura da Geração Editorial - Ela está linda, fiquei muito contente por ter comprado e além de ler a história e ter uma edição linda na estante, ter a oportunidade de conhecer um pouco sobre o autor. Super recomendo. 


Então, meus docinhos, o que acharam da resenha? Já leram o livro? Comentem ai a opinião de vocês.

Beijinhos e até mais!
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40- Música


A pessoa estava no quarto ao lado. Eu não conseguia vê-la, só ouvi-la. Seus dedos moviam-se rapidamente pelas cordas do violoncelo, arrancando-lhe uma melodia doce, porém intensa. Nunca a vi. Nem poderia. Mas sua música me fazia companhia todos os dias. Desde cedo, praticamente até a hora de me deitar. Não que ela tocasse durante um dia inteiro, também, como poderia? Mas sua melodia ressoava em minha mente, fazendo-me companhia em minha clausura. Enquanto eu penteava o cabelo. Enquanto arrumava minhas coisas. Enquanto pintava alguma nova obra. Ela estava sempre lá, embalando meus pensamentos, ressonando em meus lábios, possuindo inteiramente meu corpo. Eu já não sabia até onde aquela música havia me possuído. Não sabia até onde existiria um 'eu' sem um 'ela'. Não sabia até onde a música ao lado era realmente real. Só sabia que era eu e ela. Eu, ela e uma tela em branco a minha frente, que apenas era uma extensão de meu estado de espírito. 
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39- Fadas


As fadas singelas
Dançavam sobre as flores
Balançavam os cabelos ao vento
Enchiam as saias de pólen
Fonte de vida e magia
Rodopiavam de flor em flor
Mesclando o pó
Dando continuidade a vida
Seus tecidos reluziam o sol
Seus sorrisos eram sutis
Alegravam a manhã
E ao longe, as pessoas
Apenas viam a beleza
Das asas coloridas das borboletas
E o início da primavera

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Tag - 100 Perguntas que ninguém pergunta


Olá, meus docinhos, tudo supimpa?


Resolvi responder mais uma tag para vocês. A escolhida da vez foi: 100 Perguntas que ninguém pergunta. É a primeira postagem em áudio do blog e eu espero que vocês gostem (mesmo não estando nem perto de 90%). Sugestões são sempre bem vindas. Espero que gostem.




Obs: Na pergunta sobre os lugares que quero conhecer, esqueci de dizer que a África e os estados nacionais que não conheço

Perguntas

  1. Você dorme com as portas do seu armário abertas ou fechadas?
  2. Você leva embora os shampoos e condicionadores dos hotéis?
  3. Você dorme com seu edredom dobrado pra dentro ou pra fora?
  4. Você já roubou uma placa de rua?
  5. Você gosta de usar post-it?
  6. Você corta cupons, mas depois nunca usa?
  7. Você prefere ser atacado por um urso ou um enxame de abelhas?
  8. Você tem sardas?
  9. Você sempre sorri para fotos?
  10. Qual é a sua maior neura?
  11. Você já contou seus passos enquanto você andava?
  12. Você já fez xixi na floresta?
  13. E quanto fazer cocô na floresta?
  14. Você dança, mesmo se não tiver música?
  15. Você mastiga suas canetas e lápis?
  16. Com quantas pessoas você já dormiu essa semana?
  17. Qual é o tamanho da sua cama?
  18. Qual é a música da semana?
  19. O que você acha de homens que usam rosa?
  20. Você ainda assiste desenhos animados?
  21. Qual é o filme que você menos gosta?
  22. Onde você enterraria um tesouro escondido, se você teve algum?
  23. O que você bebe com o jantar?
  24. No que você mergulha um nugget de frango?
  25. Qual é a sua comida favorita?
  26. Quais filmes você poderia assistir várias vezes e continuar amando?
  27. Última pessoa que você beijou/beijou você?
  28. Alguma vez você já foi escoteiro(a)?
  29. Você posaria nua em uma revista?
  30. Quando foi a última vez que você escreveu uma carta para alguém no papel?
  31. Você pode trocar o óleo de um carro?
  32. Já obteve uma multa?
  33. Alguma vez ficou sem gasolina?
  34. Tipo favorito de sanduíche?
  35. A melhor coisa para comer no café da manhã?
  36. Qual é a sua hora de dormir?
  37. Você é preguiçoso?
  38. Quando você era criança, o que você vestia para o Dia das Bruxas?
  39. Qual é o seu signo astrológico chinês?
  40. Quantos idiomas você fala?
  41. Você tem alguma assinatura de revista?
  42. Qual é o melhor: Lego ou Logs Lincoln?
  43. Você é teimoso(a)?
  44. Quem é melhor … Faustão ou Silvio Santos?
  45. Já assistiu alguma novela?
  46. Você tem medo de altura?
  47. Você canta no carro?
  48. Você canta no chuveiro?
  49. Você dança no carro?
  50. Alguma vez usou uma arma?
  51. A última vez que você teve um retrato tirado por um fotógrafo?
  52. Você acha que os musicais são legais?
  53. Natal é estressante?
  54. Nunca comeu um Pierogi?
  55. Tipo favorito de torta?
  56. O que você queria ser quando era criança?
  57. Você acredita em fantasmas?
  58. Já teve um sentimento de Deja-vu?
  59. Toma uma vitamina diária?
  60. Usa chinelos?
  61. Usa um roupão de banho?
  62. O que você usa para a cama?
  63. Primeiro show?
  64. Wal-Mart, Target e Kmart?
  65. Nike ou Adidas?
  66. Cheetos ou Fritos?
  67. Os amendoins ou sementes de girassol?
  68. Já ouviu falar do grupo de Tres Bien?
  69. Já teve aulas de dança?
  70. Existe uma profissão que você imagine fazer no seu futuro?
  71. Você consegue enrolar sua língua?
  72. Já ganhou um concurso de soletração?
  73. Você já chorou porque você estava feliz?
  74. Possui algum disco de vinil?
  75. E uma vitrola?
  76. Você utiliza incenso regularmente?
  77. Já se apaixonou?
  78. Quem você gostaria de ver em um show?
  79. Qual foi o último show que você viu?
  80. Chá quente ou chá frio?
  81. Chá ou café?
  82. Açúcar ou adoçante?
  83. Você sabe nadar bem?
  84. Você consegue prender a respiração sem segurar seu nariz?
  85. Você é paciente?
  86. DJ ou banda, em um casamento?
  87. Já ganhou um concurso?
  88. Já fez alguma cirurgia plástica?
  89. Quais são as melhores azeitonas, pretas ou verdes?
  90. Você faz tricô ou crochê?
  91. O melhor lugar para uma lareira?
  92. Você já viajou pra fora do seu país?
  93. Que lugares pretende conhecer?
  94. Qual era a sua matéria preferida no Ensino Médio?
  95. Você esperneia até conseguir as coisas do seu jeito?
  96. Você tem filhos?
  97. Você quer ter filhos?
  98. Qual é sua cor favorita?
  99. Você sente falta de alguma coisa da sua infância?
  100. Você inventa...

Então é isso, pessoal. Espero que tenham gostado. Se quiserem que eu responda a alguma tag, podem pedir. Não deixem de comentar com a opinião de vocês.

Beijocas e até mais!
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Pelos = Feminilidade


Pelos. O assunto polêmico (mesmo eu não entendendo o porquê de ser). Todos os dias vemos na televisão, nos anúncios do youtube, na rua, em qualquer lugar que você vá, propagandas de qual é a melhor lâmina para tal coisa, depilação-não-sei-o-que e uma gama de produtos que prometem tirar os pelinhos e deixar todo mundo com a carinha de princesa (?). 

Mas qual o problema com os pelinhos? O que eles fizeram de tão ruim para a sociedade? Todo dia nós - mulheres - ouvimos que precisamos estar depiladas, frases ditas seja pelos nosso pais, seja pelos nossos amantes, seja pelas nossas amigas, seja pelas propagandas, seja por pessoas que nem conhecemos, mas nos influenciam. E até que ponto esse batalhão de gente está certo?

Eu já ouvi de tudo: "É questão de higiene.", "Ninguém merece ver isso.", "Inadmissível ficar com buso.", "Isso é descuido."... (*Inclua as frases que você já ouviu aqui*)

Sério isso? Bem, eu tenho um irmão gêmeo. Nós crescemos juntos e vivemos juntos, e eu NUNCA escutei ninguém falando para ele depilar as axilas porque pelo ali é falta de higiene ou descuido. Mas eu não, porque sou mulher tenho que me depilar. E não é só por ser "falta de higiene", mas porque eu TENHO que me preocupar com o que as pessoas que estão na rua vão pensar se verem minhas pernas peludas ou minhas axilas com pelos. 

Percebem o problema disso? As mulheres são vistas como um artigo para os outros. As mulheres tem que se arrumar para os outros. As mulheres devem estar sempre depiladas e cheirosas para os outros

"Mas Candy, não venha me dizer que você é uma daquelas feminazis que acham que as mulheres não devam se depilar porque isso é imposição da sociedade." Olha, você me perdeu na parte do "feminazis". Não compare o feminismo ao nazismo. Sério, só não. Segundo, eu sigo sim muitos ideais feministas (mesmo não gostando tanto de me colocar dentro de grupos - no geral). E acho que a mulher deva fazer o que gosta.

Se você quer se depilar por gostar disso, vai em frente, seja feliz. Se você se acha forte ou se sente bem quando se depila, ótimo. Porém, o que normalmente acontece é que elas abdicam de fazer o que gostam por causa disso. "Minha perna está peluda e eu não tenho tempo para fazê-la, não vou sair com a saia que eu gosto nesse calor de rachar porque vão ficar olhando para elas." Eu acho isso tão errado. As mulheres tem que fazer o que quiserem para si mesma. E daí que tem pelos nas suas pernas? Desde quando isso é crime? Coloque sua saia e vai ser feliz!

[Obs: eu sei que muitos de vocês vão dizer que "gostar de se depilar" é algo passado pela sociedade/mídia. E se for? A pessoa não pode se sentir bem fazendo isso? Isso sempre é uma forma de repressão mesmo quando a pessoa gosta e faz por achar que fica melhor assim?]

As pessoas têm pelos e isso não é errado. Mostrar seus pelos não é errado. Ser feliz com eles não é errado! 

Quando as pessoas veem um rapaz com barba, pelo no peito e nas pernas, normalmente ligam automaticamente aquilo a masculinidade. Mulheres com pelos deveriam ser vistas do mesmo jeito, sabe porque? Porque elas são felizes do jeito que são sem se importar com o que os outros vão pensar. Elas são felizes se aceitando. Elas sabem que seu corpo não é errado e o que vem dele também não. Elas são donas de si.

Pelos também é igual a feminidade

[Obs2: Eu fui procurar na internet um sinônimo de feminilidade e encontrei "frivolidade" (praticamente a mesma coisa que futilidade). Enquanto um sinônimo para masculinidade é "virilidade" (que praticamente significa esforço, coragem e força). - Vou deixar vocês pensarem sozinhos sobre o assunto.]

Por um mundo em que cada um seja feliz do seu jeito e que as pessoas parem de se importar com o que os outros gostam ou não, deixem ou não de fazer. 

Por hoje é só, pessoal. Espero que tenham gostado da postagem. Não esquecem de deixarem um comentário com suas opiniões. :) Beijocas e até mais.
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38- Vida


Vou andando
De vagar
Aos poucos

Indo e vindo
Sem direção
Mesmo na trilha

Descendo e subindo
Caindo e me erguendo
Superando os obstáculos

Andando ou correndo
No chão ou em pé
A vida seguia divertida

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37- Moldes


Seu braço estava sempre erguido. O indicador em riste. As acusações na ponta da língua. Sua mente fechada.

A sociedade lhe moldou na escuridão. Seus olhos não veem a realidade e suas orelhas só compreendem o que estão acostumadas a escutar. 

Seus neurônios, caquéticos, tentam sobrevivar em meio a tanta estupidez. 

E você agora cria seus próprios moldes. Um exército de fantoches vendados. Não aceitando os que diferem. Não aceitando os outros.

Suas verdades. Mentiras.

Suas palavras. Erros.

Seu molde. Torto.

Sua natureza. Defeituosa. 
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Recomendação #2 - Snafu!


Olá, meus docinhos, como estão vocês?

Eu tive que pensar muito no que iria indicar para vocês nessa semana. Era para eu ter assistido algum dorama/filme/anime/série semana passada, mas a única coisa que consegui assistir foi "Desmundo" (um filme que trata da época colonial do Brasil - que é bem interessante por sinal). Mas então eu me lembrei de uma recomendação que fiz há muuuito tempo no Royal Blossom e pensei em fazê-la novamente aqui. Antes de mais nada, devo avisar que hoje venho indicar um site em Inglês, então me desculpa se você não conhece muito da língua :(.

Quem não adora quadrinhos e nostalgia? As comics do site Snafu comics mistura uma arte fofa e cativante, com histórias divertidas (um pouco doidas) e personagens que marcaram a infância de muitos.

As Meninas Poderosas, Dexter, Samurai Jack, Uma robô adolescente, Coragem o Cão Covarde e muitos outros desenhos já apareceram nos quadrinhos e participaram de histórias malucas e viciantes.

Além da arte, o que eu mais gosto é a nostalgia. Personagens e desenhos que eu nem me lembrava que existiam, entram e saem da história como se fosse a coisa mais natural do mundo e nos deixa com aquela saudade dos velhos tempos (eu estou me sentindo muito velha escrevendo essa frase).

Acho que o único problema do site é que eles demoram uma eternidade para postarem as próximas páginas da história e normalmente sempre param em um instante crucial. Mas se você estiver começando a ler agora, não terá problema com isso, já que tem inúmeras páginas para você ir lendo com calma e se divertindo muito.


Alguém aqui já conhecia o site? Comentem ai o que acharam! Podem comentar se tiverem sugestões para as próximas postagens de terça feira. :)

Beijocas e até mais!
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36- O beijo


Você não estava tão distante. Eu podia até sentir o seu hálito fresco pós-halls-preto. Você estava lindo como sempre, chegava até a brilhar. Perfeito. Era como eu lhe via. Perfeito.

Meu peito tocava com forças seus tambores e minhas pernas tomavam forças para caminhar. Com dificuldade, dei o primeiro passo. As bochechas se encheram de coragem de coragem - ou de ar, em uma expressão infantil - fiz com que os outros passos fossem mais rápidos e quando percebi, já estava na sua frente.

Você sorriu aquele sorriso de dentes perfeitos. Seus olhos claros brilharam alegremente. Perfeito.

Aproximei a cabeça da sua, tomada pela loucura da paixão. Você não recuou, mesmo entre seus amigos idiotas, apenas se aproximou e pregou os lábios nos meus.

Uau! Tinha sido mais fácil do que eu imaginava. Seus braços envolveram minha cintura e minhas mãos agarraram-lhe os ombros.

O beijo durou. Entre toques quentes e bochechas vermelhas. Durou tanto que perdemos o fôlego. Intenso. Perfeito. Igual a você.

Mas as gargalhadas explodiram ao nosso redor e eu abri os olhos. Você ria com seus amigos idiotas, enquanto eu estava parada bobamente no meio do caminho de vocês.

Você desviou. Passou ao meu lado ainda rindo, sem nem ao menos falar nada.

Minha bochecha queimava. Meus olhos permaneciam estupefatos. 

O beijo. Nada mais do que ilusão. Nada mais do que sonho. Nada mais do que vergonha.

E agora eu procurava um buraco para me enterrar.
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35- Seu corpo


Você anda a minha frente. Sua mão macia presa a minha. Suas costas nuas correndo pelo sereno escuro. 

Meus olhos não conseguem desgrudar de você, mesmo eu me censurando a todos os segundos. Mas você sempre me ganhava. Na verdade, você nunca jogou justo. Em nenhum momento. Nunca me deu a chance de escapar. Sempre foi intensa e fatal.

Seus olhos me miravam às vezes. A delicadeza de sempre. Olhos inocentes. Que de inocentes não tinham nada.

Eu sentia meu corpo queimar. Não era para sentir aquilo, mas nós dois sabíamos que era inevitável. Quando dava por mim já estava com as mãos em seu corpo. E aí não era mais eu. Não era mais você. Era nós.
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34- Inocência


Os convidados na sala
A conversa rolando
Uma criatura esquecida
Bebendo café no canto
Olhos atentos
E lábios cerrados
Curiosidade infantil
Inocência que intrigava
E até convencia

Mesmo que nada falasse
Mostrava que também queria
Entre as risadas
Gritos
E loucos
A quietude mantinha

Silêncio
Os olhos devorando tudo
Aquela inocência

Fingida
Inocência

Todos acreditavam existir
Inocência em uma alma
De boca fechada

Criatura quieta
Só não inocente
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2 anos de blog + Sorteio: A Mais Pura Verdade + O Jogo das Perguntas



Abril é um mês super especial para mim! Por quê? Porque é o aniversário do blog As últimas folhas do outono e o meu também \o/. E para comemorar e agradecer a todos vocês que acompanham o meu trabalho, resolvi realizar nosso primeiro sorteio. 

Primeiramente, devo agradecer a todos que ajudaram o blog a crescer. Ele ainda não é tão grande, mas aos pouquinhos vamos conseguir alcançar cada vez mais pessoas. E cada seguidor é muito importante e eu acolho com muito carinho.

Segundo, quero explicar o sorteio. Como ainda é o primeiro daqui, não tenho muito costume ou técnica, mas espero que saía tudo nos conformes e que nós todos possamos ter um ótimo mês de abril. 

Livros que serão sorteados:

A Mais Pura Verdade - Dan Gemeinhart (Novo Conceito)
O Jogo das Perguntas - Gregory Stock (Sextante)

Regulamento 

*Ser residente do Brasil
*Preencher o formulário do Rafflecopter direitinho
*Responder, caso seja sorteado, o email em até 48h 





Convidem seus amigos, compartilhem com todo mundo! Boa sorte a todos :)

Beijocas e até mais!
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